Autor: Tâmara Alencar
Curso: Medicina
Instituição: FMJ
Ano de ingresso: 2008
Revisor:
 

Uma das residências médicas ainda desconhecida, se trata da Medicina Ortomolecular(MO) . O conceito principal da Medicina Ortomolecular retrata o equilíbrio do organismo. A dieta regulada, por exemplo, com o uso correto da dosagem de vitaminas, aminoácidos e minerais, além de combater os radicais livres*, promove o correto equilíbrio entre corpo e saúde.

Os radicais livres são adquiridos com situações adversas do dia-a-dia, como estresse e alto consumo de gorduras saturadas, poluição ambiental e gases de escapamento de veículos, além do uso de cigarros e resíduos de pesticidas. O organismo humano tem a capacidade de balancear o número de radicais livres presentes no corpo, mas com ações corriqueiras, tomando esse número largas proporções, o re-equilíbrio bioquímico se torna deficitário e é dessa maneira que entra o papel da Terapia Ortomolecular, agindo diretamente na cura por meio de métodos considerados paliativos.

Historicamente falando, quem deu os primeiros passos através dos que se chamam de Medicina da Prevenção, ou Ortomolecular, foi Linus Paulling, ganhador de dois prêmios Nobel, quando afirmou: “Substâncias que são fabricadas pelo organismo ou ingeridas via alimentação, essenciais para a manutenção da vida, podem ser utilizadas para melhorar a saúde humana”. Deu-se, então, o início dos testes terapêuticos alternativos. A terapia Ortomolecular teve início na década de 1950, quando alguns psiquiatras começaram a adicionar doses altas de nutrientes aos tratamentos para problemas mentais graves.

A substância original era a vitamina B3 (ácido nicotínico ou nicotinamida) e a terapia era denominada “terapia de megavitamina”. Mais tarde, o regime do tratamento foi expandido para incluir outras vitaminas, minerais, hormônios e dietas, já que qualquer um deles pode ser combinado com a terapia medicamentosa convencional e com os tratamentos de eletro choque. Atualmente, cerca de uma centena de médicos norte-americanos usam esta abordagem para tratar uma variedade de distúrbios, tanto mentais como físicos. O tratamento, dessa forma, varia de paciente a paciente, assim como a duração. A teoria da Medicina Ortomolecular está registrada em cuidar da causa da doença, não somente interagindo para uma considerável cura, mas sim, interagindo em cima de possíveis medidas profiláticas.

Um dos métodos utilizados no Brasil é a análise de cabelo que é solicitada principalmente por médicos da área da medicina ortomolecular, para avaliar o estado nutricional (elementos essenciais presentes em baixa ou alta concentração) e possíveis contaminações por metais pesados. Citam-se como exemplo os elementos Cr, Co, Cu, Mn, Mo, Ni, Se, Sn, V e Zn que são essenciais ao organismo, mas se estiverem presentes em excesso podem provocar várias doenças ou até mesmo a morte. O contrário também pode ocorrer se não estiverem presentes em quantidades suficientes para o organismo. Elementos tais como Tl, As, Sb, Bi e Hg não são essenciais, sendo sempre indesejáveis em qualquer concentração. A análise de elementos traço no cabelo é utilizada pelo fato de que a concentração dos elementos no cabelo indica a concentração dos mesmos no organismo. A partir disto, dietas são recomendadas, substâncias contendo os elementos que estão abaixo da concentração limite no organismo são prescritas, ou a eliminação dos metais pesados do organismo é feita por quelação. Como defendem Dirce Pozebon, Valderi L. Dressler e Adilson J. Curtius em publicação da Química Nova.

Existem diversas controvérsias na prática da Medicina Ortomolecular, de forma que, alguns profissionais da saúde, até mesmo médicos, defendem a idéia de que as teorias da MO são sem nenhum embasamento científico e até mesmo condenam a prática de exames para se ter um diagnóstico em cima de uma gota de sangue retirada do paciente, considerado improvável, por exemplo.

Mas livros de clínica médica e bioquímica adotados nas faculdades de medicina de praticamente todo o mundo consideram o excesso de radicais livres um fator fundamental nas lesões celulares provocadas por várias doenças, é o que diz o Dr. Paulo Roberto Carlos de Carvalho, em seu livro Medicina Ortomolecular (editora Nova Era). Dentre as novas regras propostas, o Conselho Federal de Medicina reconhece a Medicina Ortomolecular, mas faz ressalvas, embasadas que “É uma prática que tem uma ação terapêutica muito eficaz e com valor cientifico em determinadas circunstâncias em parâmetros estabelecidos, mas não dentro dessa busca de envelhecimento, de antienvelhecimento, como hoje é proposto de maneira muito ampla dentro da sociedade brasileira”, afirma Carlos Vital Correa Lima, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina.

Conclui-se, portanto, que a maioria dos tratamentos da Medicina Ortomolecular trazem resultados eficazes. Lembrando que é possível se fazer uma reeducação alimentar, mas que deve ser feita com o acompanhamento de um médico, para evitar distúrbios como hipervitaminose. Concentrações acima do desejado de vitamina C, no tratamento de doenças relacionadas ao fumo excessivo, por exemplo, estão associadas a problemas que vão de diarréia a cálculo renal. Entende-se, dessa forma, que devem ser ministradas várias formas de uso correto, uma vez que a qualidade do profissional também deve ser levada em consideração, pois muitas práticas da Medicina Ortomolecular ainda são propostas de forma errônea.

Uma parte do oxigênio que respiramos se transforma em radicais livres, que estão ligados a processos degenerativos como o câncer e o envelhecimento. Deve ser lembrado os radicais livres também tem um papel importante atuando no combate a inflamações, matando bactérias, e controlando o tônus dos "músculos lisos".

 

Referências:

Quím. Nova [online]. 1999, vol.22, n.6, pp. 838-846. ISSN 0100-4042.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_ortomolecular
http://www.saudenainternet.com.br/portal_saude/conheca-a-medicina-ortomolecular.php
http://www.copacabanarunners.net/ortomolecular.html
http://www.copacabanarunners.net/antioxidantes.html
Medicina Ortomolecular (editora Nova Era) – Paulo Roberto Carlos de Carvalho
Contaminação por metais pesados: saúde pública e medicina ortomolecular - Áurea Aparecida Eleutério Pascalicchio

 

 


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